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Maioria de alunos no Porto contra violência doméstica

Estudo abrangeu cerca de 500 estudantes

24 de agosto, 2018
Maioria de alunos no Porto contra violência doméstica e no namoro
Mais de 86% dos alunos do Porto manifesta ser contra a violência doméstica e no namoro, revela um estudo promovido por uma associação de defesa dos direitos das mulheres, que abrangeu cerca de 500 estudantes.
Denominado Projecto Beija-Flor 2.0., e promovido pela Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres (ADDIM), o estudo decorreu nos últimos dois anos "em sete escolas do Grande Porto", abrangendo "mais de 500 crianças e jovens", incluindo "turmas desde o pré-escolar até ao 3.º ciclo", afirma, em comunicado enviado à Lusa, a associação.

Alguns dos objectivos deste projecto passam por "desenvolver uma maior consciência acerca de diversas formas de vitimação a que estão vulneráveis nas suas faixas etárias, desconstruir crenças de género e acerca da violência que legitimem a prática de comportamentos abusivos", no "namoro, contexto escolar ou no âmbito doméstico" através do 'bullying/cyberbullying'.

O projecto visa ainda "desenvolver competências pessoais e sociais, nomeadamente de comunicação e resolução de problemas, que os tornem cidadãos mais activos, conscientes e menos vulneráveis à vitimação".

De acordo com as conclusões, "mais de 86% dos alunos são intolerantes a crenças legitimadoras da violência doméstica ou no namoro, mais de 85% revela concordância com afirmações que traduzem um relacionamento interpessoal ajustado, mais de 70% dos intervencionados posicionam-se a favor da igualdade de género e mais de 70% são intolerantes a crenças legitimadoras do 'bullying'".

Tendo como prática avaliar os alunos no início e no final de cada ano lectivo, o projecto registou evolução de um período para o outro em todos os ciclos. Por exemplo, "96,5% dos alunos do 1.º ciclo é favorável a crenças igualitárias sobre Direitos Humanos (contra os 90,9% registados inicialmente), 80% é favorável a crenças igualitárias de género (vs. 60,2% inicialmente) e 85,9% revela concordância com afirmações que traduzem um relacionamento interpessoal ajustado (contra os 64,7% inicialmente).

Chamando a atenção para o facto de que em "Portugal tem-se privilegiado a utilização de estratégias de prevenção secundária e terciária, que têm lugar apenas quando o problema se encontra instalado", a presidente da ADDIM, Carla Mansilha Branco, afirma que a estratégia deste projecto é fazer "prevenção primária".