Há mais de 40 anos que não havia uma greve geral de jornalistas
14 de março, 2024
Nesta quinta-feira, 14 de março, os jornalistas estão em greve geral. Os salários baixos, a precariedade e uma crescente degradação das condições de trabalho, são algumas das razões que levaram os profissionais a avançar com a greve.
Há mais de 40 anos que não havia uma greve geral no setor e há várias manifestações marcadas pelo país.
Além das exigências laborais, os jornalistas portugueses dizem-se desapoiados. Na União Europeia, Portugal é dos países em que ‘per capita’ menos apoios há para a comunicação social, destacou o presidente do Sindicato dos Jornalistas há dois dias.
Os profissionais em protesto exigem, por exemplo, aumentos salariais superiores à inflação, garantia de salário digno à entrada na profissão e progressão na carreira, pagamento de complementos por trabalho por turnos e isenção de horário, pagamento por horas extraordinárias, trabalho noturno e em fins de semana e feriados, o cumprimento "escrupuloso" do Código de Trabalho e do Contrato Coletivo de Trabalho.
Além disso, pedem condições "humanas e materiais" para o exercício da profissão, a “justa remuneração” a quem cumpre estágio obrigatório e a sustentabilidade financeira do jornalismo.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões referiu: "espero uma forte adesão porque na verdade a precariedade é muito mais alta que na generalidade dos outros setores, os salários são cada vez mais baixos, não temos progressões de carreira reiteradamente nos últimos 20 anos".
Desde 1982 que não havia uma greve geral de jornalistas. A paralisação foi aprovada por unanimidade, no 5.º Congresso dos Jornalistas, em janeiro.
A ESJ - Escola de Jornalismo do Porto, como escola pioneira e instituição que no passado contribuiu para a formação de inumeros jornalistas, solidariza-se com estes profissionais, reforçando o papel do jornalista numa sociedade democrática e avançada.